borboleta

Que estranha ilusão supor que tudo o que é belo é bom
- Leão Tolstoi


Isto da alegria tem muito que se lhe diga: por certo houve legos, comboios
d ´corda, nêsperas, café quente, torradas de marmelada, chochos às meninas, mergulhos de mar à bruce lee, a colecção Uma Aventura em... lida inteirinha aquando de uma ferroada vespa, dias da maleabilidade colorida da plasticina, mas também a apresentação formal às pedradas, cabeças partidas, o choro fugitivo das sevícias heteroinfligidas, o desdém por um coração dos chineses, ondas de choque de quem não quer comprar, por parte das ministars da boa popularidade, os olhos hibernais em casulo de vexame, ódio racial, estrelas primeiras de misoginia e misantropia escancarando feridas de luz na abóbada celestina de um peito ainda sem porquês, a sensação de acordar todas as manhãs do mundo no corpo de Gregor Samsa, de um sono desassossegado que, por alguma sorte, poderia ter sido viagem de descoberta e de aprendizagens voo a voo em sueco ganso gigante, não fosse, em suma, o idílio violento que a infância é, alojar como co-inquilinas as mais crianças. Enfim, de facto qualquer pessoa poderia dar um serial killer qualquer. No final cair em poesia, não é, como sabido, também boa-nova sonante em brinde de família. De maneira que sou mais um sociopata com uma bic. Sirvo-me dos assaltos da criação para esfaquear de frente quem se dispõe a ler. Somos muitos . As nossas  palavras são o equivalente literário a uma pungente butterfly no adbdómen, laminando com fúria de viver, as carnes do que seria expectável encontrar em versos de anódinos bons sentimentos. Nós moldamos nossa beleza com a boca a espumar sangue e as tripas de fora. As tuas.

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