A propósito dos suzanis, a São lembrou-se dos bordados de Castelo Branco.
Os bordados tradicionais de Castelo Branco, antigamente denominados por "bordados a frouxo", remontam o século XVII. São peças bordadas em tecido de linho de origem caseira com fio de seda natural frouxo (tingido a diversas cores e tonalidades), ou seja, que não foi torcido com o suporte de um bastidor circular. O ponto mais utilizado é o ponto largo, que não passa do denominado "ponto de oriente" ou "ponto da Hungria", apesar de existir um vasto conjunto de pontos , cerca de vinte e sete, que as bordadeiras utilizam, entre eles algum mais complexos oriundos do Oriente. A opção por um ou outro ponto prende-se não apenas a questões visuais, mas ainda à textura pretendida para a colcha.
Estas peças começaram a ser utilizadas em dias de festa, sendo posteriormente integradas no quotidiano familiar.
Como peças de enxoval, as colchas apresentam elementos cujo significado nos remete para a vida matrimonial, tais como a bíblica Árvore da Vida, o pássaro bicéfalo que representa duas almas num corpo só, o cravo e a rosa significando o homem e a mulher, o galo a virilidade, os lírios a virgindade, o jasmim a virtude, os corações o amor. As raparigas beirãs em idade de casar colocavam junto de uma janela colchas eximiamente decoradas e coloridas para impressionar algum rapaz.
Com o passar do tempo, os motivos bordados foram sofrendo influências orientais com a integração de elementos persas, indianos ou chineses.
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