a cor em Matisse

"A tendência dominante da cor deve ser a de servir o melhor possível à expressão.
Emprego meus tons sem um partido prévio. Se de início, e talvez sem que eu tenha tido consciência disso, um tom me seduziu ou me deteve, geralmente vou perceber, após terminar o quadro, que respeitei aquele tom, ao passo que modifiquei e transformei progressivamente todos os outros. O lado expressivo das cores impõe-se a mim de maneira puramente instintiva. Para pintar uma paisagem de Outono vou-me inspirar apenas na sensação que ela me proporciona: a pureza gelada do céu, de um azul acre, exprimirá a estação tão bem quanto o matizado das folhas. Minha própria sensação pode variar: o Outono pode ser suave e tépido como um prolongamento do Verão ou, pelo contrário, fresco com um céu frio e árvores amarelo-limão que dão uma sensação frígida e já anunciam o Inverno."
Henri Matisse – “Notas de um pintor”. Escritos e Reflexões sobre Arte. São Paulo: Cosac Naify
Henri Matisse, The Casbah Door , 1912


* Mãe da Caracolinha, agradeço o seu comentário ao post, deu-me vontade de reler este livro. Obrigada! ;)

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