Há duas semana vagueei pelo inquietante mundo de Herzog pelas mãos da fantasmagórica viagem de Fata Morgana ao Sahara, um deserto filmado de forma crua, sem referências e sem escala que serve de palco à exibição da impotência do Homem.
Imagens como as carcaças de animais, aviões e carros, as paisagens áridas, as cidades de traços deploráveis, a miséria da população e as indústrias petrolíferas em contraponto com as paisagens em forma de miragem, revelam a presença angustiante do Homem e as consequências que esta tem na Terra.
O tratamento cruel dos animais testemunha a mentalidade autoritária de exploração e instrumentalização dos animais e de todo o sistema ecológico na Terra.
Na Idade do Ouro Herzog aponta directamente a bizarra falência do Homem, ilustrada pela cena do bailarico. A única cena filmada num espaço fechado vem desafiar aquilo filmado lá fora, em África. Uma fantástica provocação: a civilização (eeeeer.....) e o que sobrou dela...!
Serviu esta extravagante metáfora para despertar uma maior curiosidade acerca de Werner Herzog . Dei assim início a uma intensiva jornada pelo IndieLisboa´09, frequentando praticamente todas as sessões dedicadas ao realizador alemão.
Ficam dele alguns filmes por ver ... e muitos mais por rever!
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