Recordas Penélope a quem a dedicação por Ulisses fez com que as suas mãos tecessem durante o dia a colcha para o dossel funerário do seu sogro, desfazendo-a durante a noite, longe dos olhares da corte. Fiando e desfiando esperava ganhar ao tempo a espera do seu marido.
Tecer é fazer teia ou tecido, é urdir, tramar, compor entrelaçando.
Interrogas-te, quando já te sentias liberta, porque retomas à revolta quando encontras o vazio de tão pouco interessante olhar. Como o pudeste amar? perguntas ao tempo a quem tanto tempo não parece impressionar.
E tal como Penélope dedicas-te ilimitadamente ao teu trabalho, fiando e desfiando fio por fio, na espera da serenidade.
“Um dia, perceberás.”
" o mesmo leito, sonhos diferentes "
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