brisas


Enquanto eu escrevia que "Sobre esta cidade adormece, todas as noites, a cidade espectral, morada das memórias", encontro em "Brisas"(2008), Enrique Ramirez dizer que as cidades são como as pessoas, existindo algo na sua personalidade que as torna inesquecíveis. Acrescenta que, tal como as pessoas, também as cidades podem ser carregadas de memórias. Esta sua afirmação prende-se aos conceitos basilares da sua curta-metragem, a memória e a história. Aqui, acompanhamos o passeio de homem pelas ruas e praças de Santiago do Chile, entrando no palácio presidencial, onde se deu o golpe fascista que derrubou Salvador Allende, dando lugar a uma tumultuosa ditadura.

"A brisa que passa pelo meu rosto, que passa pelo seu rosto, a bala na cabeça, o sangue grudado no telhado. Como voltar para rever a história? Como voltar? "

"Brisas", fez parte de instalação que Enrique Ramirez expôs na Galeria em Santiago do Chile. É uma curta-metragem excepcional que conta, para além de uma magnífica fotografia, com uma banda sonora à altura. Em voz-off , um belíssimo texto tão abstracto como poético.

2 comentários: