Nascido no Mali, na década de 30, os seus retratos e fotografias documentam o desenvolvimento do seu país natal no período pós-colonial. Graças ao seu trabalho, e ao de outros fotógrafos indígenas, a fotografia começou a ser aceite pela população africana que, num primeiro contacto, temia as consequências do disparo de uma câmara fotográfica. Assim, chegam até nós, contrariamente às imagem de pobreza e miséria, testemunhos de uma geração confiante numa África sonhadora, orgulhosa e independente. Longe de cenários de guerras e de fome, a juventude maliana nos anos 60 e 70 dançava fervilhosamente ao ritmo do twist e do merengue: "Eles gostavam de festas e eu seguia-os para todo o lado. É a eles que tenho que agradecer por me ter tornado um fotógrafo famoso" afirma o fotógrafo Malick Sidibé no documentário sobre o seu trabalho: "Dolce Vita Africana", de 2008.
"Merengue dancer", 1964
"Regardez-Moi!", 1962
"The Whole Family on a Motorcycle", 1962
"Three young men"
Nas suas fotografias é frequente observar a coexistência de objectos próprios do estilo de vida ocidental com elementos tradicionais, como as vestes e os panos que utiliza como fundo - muitas vezes são bogolans, tecidos tradicionais feitos pela tribos Dongon, Bambara e Malinkés.
" Une Amoureuse de The"
Na fotografia "Christmas Eve", em segundo plano, encontra-se a famosa cadeira de café - Chaise A, desenhada por Xavier Pauchard, em 1934, para a marca francesa Tolix. A cadeira, que serviu para equipar bares, cafés, hospitais e parques públicos, lembra-nos a ocupação francesa que permaneceu no Mali desde o final do século XIX até 1960, data da sua independência.
"Christmas Eve", 1963
Integrada no Festival doclisboa 2010, a fabulosa exposição do fotógrafo maliano encontra-se patente no Palácio das Galveias, até finais de Novembro.
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