Ao falar em infâncias felizes lembrei-me da fotografia de Cristobal Hara que vi há poucos dias na exposição PhotoEspanha, no Museu Berardo.
E ao ver este fabuloso casalinho da fotografia lembrei-me de mim e do meu primo. Lembrei-me do nosso Verão, na praia, na casa dos avós, nos picnics no pinhal, da ceia de Natal, do circo em Dezembro. E ao rever tantas fotografias voltei a sentir a forma como nos empenhávamos em viver cada brincadeira. Desafios que aos nossos olhos ganhava uma seriedade tal que constituíam verdadeiras inovações, importantes conquistas que iriam mudar o mundo para sempre. E mudaram, pelo menos o meu.
Lembrei-me que gostava tão intensamente do meu primo que mal dormia à noite, ansiosa que a manhã chegasse. E na casa dos meus avós, na manhã seguinte, deixava de existir mundo em meu redor, fixava-me apenas no portão da rua e naquilo que por entre o gradeamento ia surgindo. Permanecia intermináveis instantes à espera de ouvir o carro da minha tia a entrar na rua e tentava imaginar ao que poderíamos brincar nesse dia.
O carro a estacionar, o toque da campainha. Chegava o meu grande companheiro.
Eu brincava com os meus primos ao macaquinho do chinês no corredor da minha avó. Na altura devíamos ser só uns 6 ou 7. E o corredor da minha avó era enooooooorme!!
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